Pai é preso por violência doméstica e por impedir consultas médicas dos filhos no Paraná; mãe e três crianças foram resgatadas
Delegado fala sobre prisão de homem que mantinha mulher e filhos em situação de violência Uma mulher de 21 anos e os três filhos dela — de 2 meses, 1 ano...

Delegado fala sobre prisão de homem que mantinha mulher e filhos em situação de violência Uma mulher de 21 anos e os três filhos dela — de 2 meses, 1 ano e 4 anos — foram resgatados de uma situação de violência doméstica nesta quinta-feira (2), em Wenceslau Braz, no norte do Paraná. O agressor tem 24 anos e é pai das crianças. Ele foi preso preventivamente. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), a mulher estava em um relacionamento com o homem desde os 13 anos de idade e já tinha pedido ajuda em um posto de saúde da cidade. A investigação apontou que a violência sofrida por ela também provocou problemas de saúde nas crianças e chegou a contribuir para um aborto e antecipação dos partos dos filhos. Entenda mais abaixo. Um inquérito policial foi instaurado sobre o caso e o agressor está sendo investigado pelos crimes de ameaça, lesão corporal e violência psicológica. Ele segue preso na cadeia pública da cidade. O nome do suspeito não foi divulgado para preservar as identidades das vítimas. g1 tenta contato com a defesa do homem. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maringá no WhatsApp A operação foi realizada pelo Ministério Público do Paraná em conjunto com a Polícia Civil (PC-PR), o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e o Conselho Tutelar. De acordo com a promotora Camile D'Athayde Matos, a situação foi denunciada pelo Creas, onde a família passava por acompanhamento desde fevereiro deste ano. "Após os esforços de toda a rede de proteção, não foi possível o reestabelecimento das condições adequadas para um desenvolvimento sadio dessas crianças. [...] Essa mulher, hoje com menos de 25 anos de idade, é vitima desde que era adolescente de uma série de violações de direitos, sobretudo relacionados à violência doméstica. Essas crianças vivem numa condição insalubre e não estão podendo usufruir dos atendimentos médicos necessários e condições mínimas e dignas de vida para o desenvolvimento", contou a promotora. A investigação apontou que a mulher nunca chegou a denunciar o companheiro à polícia, pois enfrentava dificuldades em romper o ciclo de violência, por não ter uma rede de apoio familiar. A promotora informou que a mulher foi encaminhada para atendimento especializado em uma entidade de apoio a vítimas de violência, onde fará acompanhamento psicológico. As crianças também foram acolhidas por uma rede de apoio devido às condições de saúde. "O objetivo é que ela compreenda e consiga sair desse ciclo de violência, se reestabeleça para poder exercer de forma adequada o poder familiar. Após todo esse acompanhamento dela e das crianças, será priorizado o retorno dos filhos ao seio familiar, desde que isso se revele mais adequado e atenda ao melhor interesse deles", explicou Camile. Segundo delegado Angelo Oliveira Batista Dias, o inquérito sobre o caso deve ser finalizado na próxima semana. O depoimento do homem está previsto para acontecer na próxima quarta-feira (8). Homem está preso na cadeia pública de Wenceslau Braz, no norte do estado. Polícia Civil (PC-PR) Leia também: Apucarana: Servidora pública é presa após ser flagrada carregando sacola cheia de merenda escolar Londrina: Denúncia de multinacional francesa faz depósito com cosméticos falsificados ser encontrado Entenda: Casal paranaense que se conheceu na guerra e viajou ao Brasil para ter primeiro filho volta à Ucrânia Violências causaram problemas de saúde nas crianças Segundo apurado pelo MP, a suspeita é de que as violências sofridas pela mulher tenham contribuído para um aborto e para a antecipação do parto de dois dos filhos. No caso do bebê mais novo, o MP informou que ele apresenta complicações de saúde, como baixo peso – pesando somente dois quilos – e suspeita de fibrose cística. A investigação também apontou que o homem dificultava o acesso das crianças a tratamentos médicos, que precisam ser realizados em uma cidade vizinha. Em alguns casos, ele chegou a impedir a ida dos filhos às consultas e, em outros, controlava a mulher de forma excessiva alegando ciúmes. Antes da denúncia ao MP, agentes do Creas e do Conselho Tutelar fizeram uma reunião com o casal para esclarecer sobre as violações de direitos e alertar sobre a possibilidade de acolhimento dos filhos. No entanto, segundo o MP, o homem demonstrou descaso com a situação e deu a entender que continuaria com os comportamentos agressivos. VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias da região em g1 Norte e Noroeste.